A
humanidade adotou a princípio o uso de roupas com o intuito de se proteger das
agressões da natureza, e pelo pudor de se cobrir. Com o decorrer dos séculos,
as vestimentas passaram por inúmeras transformações, causadas dentre os muitos
motivos por intervenções geológicas e culturais.
Mas
desde a era indígena até os tempos atuais, além destas funções, as roupas
traziam, uma forma de expressão. Em outras palavras, muito do que as pessoas
são, está estampado em suas vestes. A exemplo as camisas de times, partidos
políticos, ou com meras frases clichês.
No
século XXI, muitas ordens foram estabelecidas sobre quais roupas são designadas
para cada gênero. Saia, batom, esmalte, colar são para meninas. Calças e
moletons são para meninos. Eis que surge quem questione esse padrão, como forma
de expressão e se lança com um artista da nova geração.
Hoje,
Liniker, cantor e compositor, que estourou no final do ano de 2015 e continua
neste ritmo em 2016, é um dos maiores exemplos sobre “quebra de gênero”, que
traz consigo uma bagagem musical e artística muito elevada. Não é só mais um na
multidão, além destes inúmeros talentos, se expressa como quer, seja de saia,
vestido ou cropped.
Liniker
não se prende a estereótipos de gênero, de forma alguma. Um ser plural, dentro
e fora dos palcos, é um exemplo, para aqueles que estão em dúvida do que querem
ser e de como se sentem à vontade, para vestirem a carapuça e se libertarem.
“As pessoas precisam saber que eu sou negro, pobre e
gay e posso ter uma potência também. Sou um artista que se expressa assim.
Então, se você está aí, se sente reprimido e tem vontade de colocar seus
demônios para fora, mostrar quem você realmente é, coloque-se. Esse é um dos
meus maiores desejos como artista desta geração”.
Todo
embate ideológico que confronte as formas já difundidas e aplicadas em massa,
gera confrontos. Se Coco Channel estivesse viva, saberia explicar bem o que
passou quando elaborou calças femininas. Artigo que homens, apenas, usavam. Revolucionária,
Channel é uma marca que permeia até hoje no mercado. E as calças jeans, nunca
saíram de moda.
Vejo
em Liniker o novo visionário do século. O rei do empoderamento humano. Aquele
que nasceu para ser quem é, apenas com uma máscara a usar, a dos cílios.
Afinal,
se até Jesus usou saias, o que você está esperando¿ Se livre de suas vestes
tradicionais e encare a sociedade, fazendo de se corpo um método de
comunicação.